Reunião realizada na última semana em Campinas entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) do Estado de São Paulo, viveiristas, Prefeitura de Herculândia, vereadores e assessores de deputados estaduais reforçou a necessidade de regularização dos viveiros de mudas de Herculândia, na região de Tupã (SP).
O encontro foi solicitado pelos produtores, que na primeira semana de julho foram alvo de fiscalização conjunta do Mapa e da CDA. Na ocasião, mais de 15 mil mudas irregulares foram destruídas, 11 viveiros foram vistoriados e dois foram interditados. Eles comercializavam mudas sem o registro no Renasem, o que é vetado pelo Mapa. A CDA encontrou ao menos uma amostra de muda com sintoma de cancro cítrico, doença que ameaça a produção de citros do país.
De acordo com participantes da reunião, a CDA voltou a apontar a necessidade de os viveiristas colocarem telas em áreas onde ficam mudas de citros. A medida impediria que insetos que transmitem cancro e greening – outra doença que ameaça a produção – tenham acesso às plantas. Outra irregularidade apontada foi o comércio dessas mudas de citros em caminhões, o que é proibido.
“Da parte do ministério, deixamos claro que estamos sempre à disposição para capacitar os produtores”, disse Danilo Tadashi Kamimura, chefe da Divisão de Defesa Agropecuária (DDA) da Superintendência Federal de Agricultura em São Paulo (SFA-SP). Segundo ele, foram mostradas fotografias de aproximadamente oito anos atrás, registrando uma reunião realizada na Câmara Municipal de Herculândia, em que técnicos do Mapa orientaram produtores. Alguns viveiristas e responsáveis técnicos se reconheceram na imagem, que foi um exemplo de uma das reuniões de esclarecimento já realizadas.
Segundo Danilo, também foi reforçado que as intimações entregues durante a fiscalização deste mês devem ser atendidas e que, na próxima fiscalização, quem não estiver regularizado será autuado e terá suas mudas apreendidas. “Trata-se de uma questão maior, uma necessidade de proteger a agropecuária do país como um todo”, explicou Danilo.
De acordo ainda com o chefe da DDA, os participantes entenderam as recomendações e apontaram dificuldades com a prestação de serviços por parte dos agrônomos que atendem os produtores. Relatos na reunião indicaram que esses profissionais não os teriam informado da necessidade dos procedimentos obrigatórios. “O Mapa se comprometeu a fazer capacitação, mas quem deve cuidar da regularização e controle é o responsável técnico, que é agrônomo.”
Para finalizar, Danilo reiterou que o objetivo do Mapa é o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira, que deve ser um compromisso de toda a cadeia produtiva. “A reunião foi muito boa, os produtores compreenderam a necessidade de regularizar suas mudas e se comprometeram a fazer isso o quanto antes”, afirmou.
No dia 06 de julho Mudeiros de Herculândia protestam contra fiscalização que resultou na destruição de milhares de mudas de plantas cítricas em viveiros da cidade: