Diante da suspensão das atividades terapêuticas da Associação Brasileira de Autismo e Deficiência Intelectual (ABADI), anunciada em nota pública nesta terça-feira, a Câmara Municipal de Tupã, por meio de seu presidente, vereador Marcos Rogério Gasparetto, esclareceu os motivos que levaram à solicitação de informações à Prefeitura sobre a prestação de contas da referida entidade. A medida, segundo o parlamentar, atende ao dever constitucional de fiscalizar o uso correto dos recursos públicos.
A ABADI alegou que a paralisação de seus serviços foi provocada pela interrupção dos repasses financeiros municipais, motivada por denúncias feitas pelo Legislativo sem direito prévio de defesa. A entidade, que afirma atender mais de 176 famílias por mês, acusou a Câmara de perseguição política e lamentou o impacto direto da suspensão sobre crianças autistas e suas famílias, muitas das quais aguardavam na fila por tratamento.
Em resposta, a Câmara esclareceu que não houve qualquer exposição pública antecipada da entidade, tampouco acusações infundadas. As solicitações foram feitas de maneira oficial à Prefeitura, com base em denúncias reiteradas recebidas pelo Legislativo, que apontavam possíveis irregularidades na gestão da ABADI — entre elas, o pagamento de salários à presidente da instituição e a seu esposo, o que, se confirmado, configuraria uso indevido dos recursos públicos, conforme apontou o Edil.
“Cabe-nos, como legisladores e representantes do povo, averiguar com seriedade toda e qualquer denúncia. Nosso objetivo é proteger nossas entidades e garantir que os recursos públicos sejam aplicados corretamente”, afirmou Gasparetto. Ele reforçou que os documentos estão sendo analisados e que há indícios preliminares de irregularidades, inclusive de pagamentos em duplicidade e de aquisições incompatíveis com a finalidade dos repasses.
Ainda segundo a nota da Câmara, também foi verificada, de forma preliminar, a ausência de registros técnicos ou médicos que comprovem os atendimentos realizados às famílias. A investigação, conforme destacou o presidente, segue em andamento, e qualquer conclusão será divulgada apenas após a devida apuração, com base na legalidade e no direito à ampla defesa.
“Nossa atuação jamais teve qualquer conotação política ou pessoal. Nosso compromisso é com as famílias que precisam desses serviços, com a transparência e com o zelo pelo dinheiro do contribuinte”, concluiu o presidente da Câmara.