A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai apurar a morte de 26 pessoas após uma operação conjunta da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e do Bope, em Varginha, no Sul de Minas. Segundo a PM, os mortos integravam uma quadrilha de assalto a banco.
A informação foi confirmada pela deputada Andréia de Jesus (PSOL), presidente da comissão na ALMG. "Sou solidária às mães e familiares que estão passando por um momento tão difícil e afirmo que a Comissão de Direitos Humanos está acompanhando o caso e vamos cobrar respostas", disse.
Ainda de acordo com a parlamentar, ao longo desta semana a comissão vai emitir ofícios para órgãos como a PM e a PRF para entender melhor como o caso aconteceu. O Ministério Público de Minas (MPMG) e a Secretaria de Segurança Pública também serão acionados. "Seguimos em busca de justiça para que a lei deste país seja cumprida e que não ocorra mais esta morte em massa da nossa juventude preta", informou.
A deputada ainda fez críticas à atuação dos agentes. "Uma operação policial exitosa é uma operação que não deixa óbitos para trás. Infelizmente, no Brasil, a juventude negra ainda continua tendo pena de morte como a única alternativa", disse a parlamentar. Ela também defendeu que os mortos tivessem sido responsabilizado pelo crime que cometeram. "Um crime contra patrimônio não justifica a retirada de vida, seja de quem quer que seja", acrescentou.
Regimentalmente, para que a comissão possa iniciar a apuração oficial, é preciso que os deputados membros aprovem um requerimento. Ainda não há uma previsão para que isso ocorra.