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MP denuncia ex-mulher de dono de motel acusado de matar funcionário em Marília

Quinta, 15 de Set. de 2022
Fonte: G1

Mulher foi denunciada por suspeita de alterar cena do crime. Vítima Daniel Ricardo da Silva estaria se relacionando com a denunciada pelo MP. Ex-marido e dono do motel, coronel da PM aposentado, é acusado de matar homem, em outubro do ano passado, por motivos passionais. 

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou a policial militar Adriana Luiza da Silva por suposta adulteração de cena de crime no caso do assassinato de Daniel Ricardo da Silva. O ex-marido dela, o coronel da PM aposentado e dono do motel em Marília (SP) onde ocorreu o crime, Dhaubian Braga, é acusado do assassinato em outubro do ano passado.

Segundo a promotoria, após a morte de Daniel, que era funcionário do motel, Adriana “ingressou na cena do crime e retirou o celular da vítima do local marcado pela perícia antes da devida arrecadação técnica”.

Consta na denúncia contra ela, apresentada nesta terça-feira (13) e ainda sem análise pela Justiça, que Adriana supostamente “inovou artificiosamente, com o fim de produzir efeito em processo penal não iniciado, o estado de coisa, com o fim de induzir a erro o juiz e o perito”. 

“Segundo o apurado, a denunciada é policial militar e era companheira de Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, contudo mantinha relacionamento amoroso com Daniel Ricardo da Silva”, afirma o promotor Mario Yamamura na denúncia.

Ainda, conforme o MP-SP, Adriana omitiu o vínculo que possuía com a vítima e disse que a havia contratado para “para gravar as conversas de seu companheiro Dhaubian, pois desconfiava que estava sendo traída”.

A denúncia pede a condenação de Adriana por “fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral”, crime com pena prevista de dois a quatro anos e multa.

Adriana foi denunciada pelo MP-SP um dia após recursar um acordo com a Justiça que poderia evitar uma ação criminal contra ela.

A proposta da promotoria, rejeitada por ela, previa a confissão integral de que realmente adulterou a cena do crime, além de prestação de serviços à comunidade pelo prazo de três meses e pagamento de um salário mínimo.

O g1 procurou a defesa de Adriana para comentar a denúncia contra sua cliente, mas a informação é de que eles somente irão se manifestar no processo. 

Reconstituição do crime

 

A Polícia Civil realizou em maio deste ano a reconstituição do assassinato de Daniel por Dhaubian, quando chegava para trabalhar no local.

A motivação do crime foi passional, conforme a investigação da Polícia Civil. Segundo o depoimento do acusado do crime, Daniel estaria se relacionando com a então esposa de Dhaubian. A polícia concluiu o inquérito no dia 25 de novembro do ano passado e indiciou Dhaubian por homicídio qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

Uma primeira audiência do caso foi realizada no dia 11 de fevereiro, depois da interrupção no dia 31 de janeiro por falta de energia no Presídio Romão Gomes, onde o réu está preso.

Durante o processo, a defesa de Dhaubian entrou com pelo menos 3 pedidos de liberdade e todos foram negados. Os advogados alegam que o coronel aposentado agiu em legítima defesa, tese descartada pela investigação, e que tem residência fixa, bons antecedentes e colaborou com as investigações, porém durante a primeira audiência do caso a Justiça negou mais um pedido de liberdade feito pela defesa. 

A reconstituição foi solicitada pela Justiça e teve a participação do coronel aposentado. O objetivo foi esclarecer a dinâmica do crime que também foi registrado por câmeras de segurança do motel.

Além dele, participaram também testemunhas. A mulher do coronel apresentou um requerimento para não participar da reconstituição.

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