O Banco Central informou nesta sexta-feira (31) que as estatais federais tiveram um déficit de R$ 6,7 bilhões em 2024. Isso significa que os gastos dessas empresas superaram a receita gerada ao longo do ano.
Esse foi o pior resultado desde o início da série histórica, em dezembro de 2001. Até então, o maior déficit havia sido registrado em 2014, com saldo negativo de R$ 2 bilhões — menos de um terço do prejuízo atual. Em 2023, o resultado também foi negativo, mas em menor escala, totalizando R$ 656 milhões.
O Banco Central considera todas as estatais que não pertencem ao setor financeiro, incluindo:
Empresas como Petrobras e bancos federais não entram nesse levantamento.
Segundo o governo, o prejuízo das estatais em 2024 se deve, em grande parte, aos investimentos feitos pelas empresas, financiados com recursos próprios.
“As 20 estatais analisadas aumentaram seus investimentos em 12,5% em relação a 2023, totalizando R$ 5,3 bilhões, o que corresponde a 83% do déficit registrado no ano”, informou o Ministério da Gestão.
O chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, explicou que os cálculos da instituição diferem dos usados pelo governo. Enquanto o governo detalha receitas, despesas e investimentos, o Banco Central foca apenas na variação da dívida das estatais.
“O nível de endividamento é o que importa, assim como acontece no orçamento pessoal. Não estou desmerecendo a outra estatística, mas apenas destacando a diferença”, afirmou Baldini.
O maior superávit já registrado pelas estatais ocorreu em 2019, quando as empresas apresentaram um saldo positivo de R$ 10,3 bilhões, no governo do Ex-presidente Jair Bolsonaro.