MEU PAI SIDNEY SIMÕES

Na minha infância quando por qualquer razão acordava assustado, eram seus salvadores passos no corredor que me protegiam.

Na vida adulta foi minha base e segurança, sempre pronto a me apoiar em qualquer circunstância.

O filho mama na mãe quando é criança e no pai quando adulto. E assim foi.

Educou e transmitiu valores, preparando e encaminhando seus dois filhos para uma vida digna e honesta e estava fazendo o mesmo com seu único neto.

Nos ensinou a respeitar e sobretudo amar os animais e se transformou no símbolo de proteção aos animais de rua.

Praticava a caridade nos termos em que a Biblia determina; sem alarde ajudava os necessitados e as mais diversas entidades assistenciais.

Contemporâneos da Delore, nunca perderam a oportunidade de me dizer que sempre lutou por melhorias para os funcionários mais humildes, colaborava com tudo, custeava remédios; nas próprias palavras deles, não podia ver uma receita médica na mão de alguém que já sacava a carteira.

Nos negócios foi a mais perfeita tradução do self-made man, tendo atuado em muitas searas, sempre acompanhado do sucesso, jamais perdendo a humildade.

Mente brilhante, privilegiada, conselheiro sempre ouvido por seus amigos antes de qualquer decisão importante.

Foi membro do Conselho em várias administrações da época áurea do Tupã Tênis Clube e também participou ativamente de muitas campanhas politicas em todos os níveis.

Eu ganhei na loteria dos pais, nasci com um bilhete premiado.

Me sinto abençoado e sou muito grato por tê-lo como pai por quase 56 anos; ser seu filho foi acima de tudo um grande privilégio.

A vida é uma longa despedida de tudo aquilo que a gente ama e a morte é uma saudade sem remédio.

A saudade é um buraco na alma que se abre quando um pedaço nos é arrancado. No buraco da saudade mora a memória daquilo que amamos, tivemos e perdemos; por ora a saudade só não é maior que a profunda dor que sua perda nos provoca.

Pai eu quero te agradecer por tudo, pelo grande pai que você foi pra mim, por tudo que você fez na minha vida, pelo grande exemplo e pelo grande homem que você foi.

Agradeço muito pela oportunidade de ser seu filho, de aprender e dividir com você muito de minha trajetória. Estaremos sempre conectados, na energia do amor.

Um filho deve, enquanto seu pai viver, consultar-lhe a vontade; quando morto estiver, deve seguir-lhe os exemplos.

A fé em Deus nos sustenta e contamos com a acolhida de sua alma por Santo Expedito, Santa Faustina, Nossa Senhora e principalmente por São Francisco de Assis, a quem já deve estar "assessorando".

Na vida oitenta por cento são alvos, dez por cento são capazes de lutar e um de cem se revela guerreiro. Esse foi você pai. Veio, viu e venceu.

Sandro Resina Simões

Dezembro de 2024.