Os ataques de abelhas têm se tornado cada vez mais frequentes nos últimos anos nas cidades do Oeste Paulista. Dados do Ministério da Saúde mostram que as notificações de acidentes com os insetos subiram de 75 casos em 2022 para 171 em 2024, o que representa um aumento de 128% em três anos.
Segundo o levantamento, em 2025 já foram registrados 98 casos até o fim de setembro, nas 56 cidades da região de Presidente Prudente.
O crescimento das ocorrências tem chamado a atenção do Corpo de Bombeiros, que reforça os cuidados e a importância de evitar qualquer tipo de aproximação de colmeias.
O alerta veio após a morte de um homem, no distrito de Primavera, em Rosana (SP), na última quinta-feira (23).
De acordo com os bombeiros, a vítima realizava a manutenção de um ar-condicionado quando foi surpreendido por um enxame e caiu de uma altura de, aproximadamente, quatro metros.
O homem chegou a ser socorrido e levado ao pronto-socorro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Outras pessoas que estavam próximas também foram atacadas, mas sem gravidade.
O biólogo Johnny Michael explica que o aumento dos ataques está diretamente ligado ao avanço da agricultura e à redução dos habitats naturais.
Segundo ele, as abelhas têm migrado para as áreas urbanas em busca de locais mais seguros para viver.
"O principal motivo é o avanço da agricultura no setor, o que força as abelhas a mudarem para a cidade por ser mais seguro, longe de agrotóxicos, bastante jardins e alimentos", explicou o biólogo.
Johnny destacou, ainda, que as queimadas e o desmatamento também influenciam esse comportamento, fazendo com que enxames se fixem em árvores, muros e até estruturas de residências.
Ao avistar um enxame é fundamental manter a calma e se afastar imediatamente do local, evitando qualquer movimento brusco ou barulho.
O Ministério da Saúde também orienta que a retirada de colônias deve ser feita somente por profissionais treinados e equipados, preferencialmente à noite ou ao entardecer, quando os insetos estão mais calmos.
Perfumes fortes, sons altos e roupas escuras, especialmente preta e azul-marinho, podem irritar as abelhas e provocar ataques. Barulhos de motores, como de cortadores de grama e tratores, estão entre os principais gatilhos para o comportamento agressivo das abelhas.
Em áreas rurais, os trabalhadores devem estar atentos, principalmente durante atividades de plantio e aragem da terra.
Com o aumento dos registros e a gravidade dos ataques, os bombeiros reforçam que o ideal é sempre acionar o telefone 193 em caso de enxames próximos a casas, escolas ou comércios.