As granjas de Bastos, um dos maiores polos produtores de ovos do Brasil, intensificaram as medidas de biossegurança após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária H5N1 no país, na última quinta-feira (15), em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A orientação do Sindicato Rural é para que todas as 156 propriedades da região suspendam visitas por 15 dias e reforcem o controle sanitário.
A medida tem o objetivo de prevenir a entrada do vírus nas granjas e proteger uma produção que representa 15% do total nacional. Segundo o sindicato, 278 ovos são produzidos por segundo em Bastos, o que equivale a cerca de 24 milhões de unidades por dia.
Além da proibição de visitas, apenas funcionários podem entrar nas granjas. Outras ações implementadas são a desinfecção de veículos que acessam as propriedades, rastreabilidade de pessoas que circulam pelos aviários e instalação de telas de proteção para evitar contato das aves com animais silvestres.
Cristina Nagano, presidente do Sindicato Rural de Bastos, explicou que o investimento em biossegurança é feito desde o surgimento da doença há quase 20 anos.
“A gripe aviária não é uma doença nova, ela já existe desde 2004 e desde 2004 as granjas vêm investindo cada vez mais em biossegurança para evitar justamente a disseminação e a chegada da doença”, afirmou Cristina.
A Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo acompanha a situação de perto e monitora dois lotes de aves vindos do Rio Grande do Sul.
Inclusive também no interior de São Paulo, em Tietê, uma incubadora de ovos que recebeu cargas de ovos férteis do Rio Grande do sul, passou por fiscalização da Defesa Agropecuária do estado.
Nada de irregular foi encontrado e as cargas fiscalizadas não tinham como origem a cidade em que o caso de gripe aviária foi confirmado. A empresa recebeu orientações para incubação separada dos ovos, reforço na desinfecção, além de medidas restritivas de acesso aos ovos.
Ainda de acordo com a presidente do Sindicato Rural, desde a confirmação do caso em Montenegro, a defesa conversa com produtores de Bastos para orientar e tranquilizar o setor. Os produtores têm feito um trabalho conjunto com as outras Defesas Agropecuárias do Estado, inclusive para poder rastrear qualquer possível caso de movimentação de cargas que possam ter trazido algum tipo de contaminante para o Estado.
Apesar da preocupação com a doença, o consumo de carne de frango e ovos está liberado. Segundo especialistas, o cozimento elimina o vírus e não há riscos para o consumidor.