O administrador de empresas Leonardo Cafer Júnior teve recurso negado pela 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, e vai ter o processo retomado para julgamento pelo Júri.
Acusado pela morte da transexual Marcelle Brandino, o homem ainda pode apresentar novos agravos. Ainda não há prazo definido para o julgamento.
A morte ocorreu em dezembro de 2019, em um motel de Vera Cruz (distante 17 quilômetros de Marília). Leonardo teria matado Marcelle no local e abandonando o corpo ao lado da rodovia em na zona rural de Marília. Ele foi preso na casa que reside em Oriente (distante cerca de 20 quilômetros de Marília), e liberado poucos dias depois.
A decisão de manter o julgamento por homicídio cita elementos que apontam Leonardo como o autor do delito. Já as dúvidas apresentadas pela defesa devem ser resolvidas pelo Conselho de Sentença dos jurados.
“O próprio recorrente não nega que estava no local na data dos fatos, em razão de ter marcado um programa sexual com a vítima”, destaca a análise da decisão.
A decisão lembra ainda que Leonardo afirmou durante depoimento na delegacia que após sair do motel, passou ao lado do Samu e do Hospital das Clínicas de Marília, mas não parou em nenhum.
“Ora, tivesse o recorrente interesse em salvar a vida da vítima (na eventual possibilidade de ela já não estar morta quando deixou o motel), poderia ter ele a deixado em algum nosocômio, visando submetê-la a atendimento médico urgente.”
A decisão da 13ª Câmara descartou ainda excluir a acusação de ocultação de cadáver. O laudo realizado no local indica densa vegetação “que certamente fizeram com que o recorrente imaginasse que ali o corpo da vítima não seria localizado.”