Uma grave denúncia apresentada à Delegacia Seccional de Polícia de Tupã, datada de 4 de julho, resultou em uma operação policial de resgate. Segundo a denúncia, uma moradora da Rua João Capioto, nesta cidade, vinha sendo mantida em cárcere privado por vários meses. O relato também significou para violência física e emocional infligida por seu companheiro. A denúncia recebida pela Policial Civil Renata Hipólito foi rapidamente encaminhada para equipe da DIG. 

A equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) composta pela Delegada Dra. Milena Davoli Nabas de Melo, Investigadores de Polícia Márcio Alexandre e Márcio Rodrigo Jorge, além do papiloscopista policial Thiago Bessa, que se dirigiram ao local para averiguar a situação. Ao chegar à residência, a equipe encontrou uma criança de 9 anos, que atendeu a porta, seguida por um homem, que ficou constatado posteriormente ser o agressor. Ele afirmou que a vítima estava dentro da casa.

Sem hesitar, os policiais adentraram a residência e encontraram a vítima sentada no sofá, concomitante de outras três crianças, de 9, 10 anos e um bebê de 1 ano e seis meses. A vítima, ao ser questionada sobre suas condições revelou que estava presa e impedida de sair pelo seu companheiro e pela dona da casa, mãe das crianças, as quais ela era obrigada a cuidar. A casa era monitorada por câmeras para impedir que a vítima pedisse socorro. A vítima que está gravida relatou que veio do nordeste, após seu companheiro conhecer a dona da casa onde era mantida em cárcere pela internet. Ela ainda relatou que mesmo gravida era constantemente agredida pelo seu amásio e pela dona do imóvel. 

A situação era ainda mais perturbadora, já que a dona da casa, adepta do ocultismo, e ela o agressor afirmavam que o filho que a vítima estava esperando esperando não ficaria com ela e seria criado pelos perpetradores da violência contra a mulher. 

Durante o resgate, a equipe policial também foi interpelada por crianças de 9 e 10 anos sobre a violência doméstica que sofriam. A mais nova relatou que era brutalmente agredida pela mãe, utilizando mãos, pedaços de pau e sapatos, deixando marcas pelo corpo. Além disso, o menor de 10 anos denunciou ter sido abusado pelo homem durante a madrugada.

A mulher mantida em cárcere confirmou aos policiais que a criança, pela manhã, havia relato o abuso sexual. 

Após uma ação policial, a dona da casa foi localizada e detida pela equipe de investigação da DIG. Tanto ela quanto o homem foram presos em flagrante pelos crimes de cárcere privado qualificado e  o homem também vai responder pelo crime de estupro de vulnerável.

O Conselho Tutelar foi acionado e compareceu à CPJ para providências em relação às três crianças, garantindo o amparo e proteção necessária.

Essa triste ocorrência expõe a gravidade das violências domésticas que muitas vítimas enfrentam em silêncio. As autoridades reforçam a importância de denúncias para combater esses casos brutais em nossa sociedade. A expertise e sensibilidade dos policiais envolvidos restou na prisão dessas duas pessoas que praticavam esses crimes cruéis.