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Clínica para dependentes químicos é suspeita de maus-tratos e de manter pacientes em cárcere privado

Sexta, 9 de Set. de 2022
Fonte: G1

Maioria dos pacientes está com sarna humana, segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil e Pirajuí (SP). Houve apreensão de medicamentos controlados sem os receituários médicos, além de relatos de agressão. 

A Polícia Civil flagrou, na tarde desta quinta-feira (8), 26 homens em situação de maus-tratos e suspeita de cárcere privado em uma clínica para tratamento de alcoolismo e dependência química no bairro Santa Guilhermina, em Pirajuí (SP). A maioria está com sarna humana.

No boletim de ocorrência, além de agressões e privação da liberdade mesmo em casos de internação voluntária, também foi relatado a suspeita de crime de depósito e entrega de medicamentos sem procedência.

g1 entrou em contato com a clínica, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

Ainda segundo o registro policial, os pacientes relataram que atos de indisciplina são punidos com a ingestão forçada de um coquetel de medicamentos apelidado de “Danoninho” que os deixa dopados e faz dormir por longos períodos. 

No escritório da clínica foram apreendidos medicamentos controlados, desacompanhados dos receituários médicos.

No local, conforme o registro policial, não foram apresentados todos os alvarás de funcionamento, que estão sendo providenciados, segundo os responsáveis.

Também vistoriaram o estabelecimento uma comitiva formada pelo Ministério Público, Polícia Militar, Vigilância Sanitária Municipal, Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria Municipal de Assistência Social.

A Polícia Civil solicitou exame de corpo de delito em todos os internados na clínica e a promotoria informou que pretende ingressar com uma ação para interditar o estabelecimento e transferir os pacientes.

Segundo relatos obtidos no local, conforme o boletim de ocorrência, mesmo em casos de internação voluntária, “ao manifestarem o desejo de deixarem a clínica, [os pacientes] eram impedidos pelos responsáveis, mediante violência física e grave ameaça”.

Ainda de acordo com depoimentos à polícia, pacientes indisciplinados eram trancados e “os responsáveis pela clínica dificultavam o contato dos mesmos [internados] com suas respectivas famílias e também não lhes prestavam os devidos cuidados de saúde”.

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